Cerca de 10.000 vítimas mortais, 1.600 feridos graves e mais de 273 mil pessoas desalojadas, seria este o trágico balanço no caso de um terramoto na região de Lisboa, segundo o Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico da Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes (PEERS AML CL) a que a Lusa teve acesso.
Os números de feridos a necessitar de cuidados hospitalares poderiam aumentar em cerca de 107 mil no caso de o sismo se verificar entre as 19h30 da tarde e as 6h30 da manhã, período em que mais pessoas estão em suas casas, de acordo com aquele estudo.
O PEERS AML CL datado de 25 de Outubro de 2007 "não é um documento definitivo e está sempre em aberto", até porque ainda este ano serão realizados dois exercícios, o primeiro, decorre até hoje, para testar "as comunicações e comando", e o segundo em Novembro, afirmou a ANPC-Autoridade Nacional de Protecção Civil, através do seu gabinete de imprensa.
A ANPC considerou como hipótese de planeamento um cenário de magnitude moderada a elevada igual a 6.6/6.7 na escala de Richter, com epicentro no Vale Inferior do Tejo, do qual resultaria uma área afectada com um raio superior a 40 quilómetros, envolvendo 26 concelhos, mais de 433 mil edifícios, 1,1 milhões de alojamentos familiares e quase três milhões de habitantes.
O Plano de emergência indica para "perdas económicas directas cerca de 4,5 milhões de euros", repercutindo-se "num forte impacto na capacidade produtiva nacional durante um longo período de tempo".
O PEERS AML CL identifica também os edifícios que numa situação hipotética de sismo forte seriam afectados, apontando para cerca de 9.907 as estruturas colapsadas, e para 24.170 as construções com danos severos, na Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes.
Estes números incluem equipamentos escolares, hospitais, rede viária, infra-estruturas de abastecimento de água, electricidade, gás, comunicações e a própria rede de protecção civil e socorro.
No cenário desenvolvido prevê-se também uma forte afectação das unidades de produção de energia termoeléctrica localizadas no Carregado e em Setúbal, para além de diversas subestações e transformadores de energia eléctrica.
Em caso de sismo a rede de comunicações fica afectada, inutilizando entre 10 a 20 por cento das centrais telefónicas, assim como a rede de distribuição de gás devido ao colapso de alguns troços, nomeadamente os localizados em terrenos que apresentam susceptibilidade à liquefacção, como os de Seixal, Almada, Barreiro e Moita.
Os concelhos de Lisboa, Almada, Seixal, Loures, Vila Franca de Xira, Barreiro e Moita seriam os mais afectados nesse hipotético sismo de magnitude moderada a elevada, sendo nestes concelhos que se concentrariam mais de 90 por cento das vítimas humanas, entre mortos e feridos graves.
Seria aqui também que mais se verificariam edifícios colapsados ou com danos severos, valores que foram calculados pelos autores do estudo com base na população residente e no edificado que constam dos censos de 2001/1991.
Das cinco zonas sismogénicas mais importantes que afectam Portugal, o Banco de Gorringe e a falha do Vale inferior do Tejo são as que directamente se fazem sentir na região de Lisboa e Vale do Tejo, e que já afectaram esta região, em 63 A.C., 1356, 1531 por duas vezes, 1755, 1858, 1909 e 1969, onde se verificaram, no seu todo, dezenas de milhares de mortos e a destruição de parte da cidade de Lisboa.
A Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes (AML CL), engloba os distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal, ocupa uma superfície de 4.881 Km2, onde residem cerca de 2 milhões e 900 mil habitantes, distribuídos por 281 freguesias e representa cerca de 28 por cento do total da população de Portugal Continental.
Para além da sua dimensão territorial esta é uma região de grande importância política, económica e social para todo o país, concentrando as principais instituições político-administrativas, incluindo a Presidência da República, Assembleia da República e Governo, considera aquele estudo.
Do mesmo modo, e ao nível económico, o documento salienta que a AML CL concentra cerca de 33 por cento do total das actividades económicas de Portugal Continental, sendo que 79 por cento pertencem ao sector terciário.
Em 2005 a riqueza produzida na AML CL representou um valor de 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), e acresce que é nesta região do País que se localiza grande parte das sedes e filiais de instituições bancárias, seguradoras e de outras empresas, tanto nacionais como estrangeiras, incluindo a Bolsa de Valores de Lisboa.
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