sábado, 29 de novembro de 2008

"O 'ZÉ' E O SEU BLOCO", por João Marcelino

"1 . O protagonismo de José Sá Fernandes na política, sobretudo na lisboeta, está tristemente associado ao boicote à construção do Túnel do Marquês de Pombal, que ele atrasou em dois anos de forma incompreensível e pouco menos que irresponsável. Essa acção resultou num prejuízo para as finanças da cidade (milhões de euros que deveriam ter sido contabilizados e não o foram), além de transtornos pessoais constantes, imensos, para milhares de pessoas. Sá Fernandes merecia ter saído deste processo desgastado publicamente. O túnel, por fim construído, é hoje, manifestamente, uma obra importante para Lisboa (mérito de Santana Lopes) e não conheço um único cidadão que diga o contrário. Haverá, mas não conheço. Este processo, ao contrário, rendeu a Sá Fernandes o interesse e apoio do Bloco de Esquerda, que precisava de recrutar um agitador com notoriedade. Assim se ganharam votos e se fez a carreira do vereador à sombra do acordo pós-eleitoral entre PS e Bloco de que António Costa precisava. Os acontecimentos recentes comprovam a tese de que será sempre complicada a relação do Bloco com o exercício do poder. É muito mais fácil criticar e dizer o que está mal - o difícil, na câmara como na vida, é ter ideias, convicções e dar a cara pela resolução dos problemas.(...)" - João Marcelino, DN, 29/11/2008

3 comentários:

Anónimo disse...

O vereador do Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes não mostra todo o seu curriculum aos lisboetas: em 1977 foi julgado em Lisboa (Tribunal da Boa Hora) e esteve quase quatro meses em prisão preventiva.
Com cerca de 20 anos, o «Zé» acompanhou um grupo de três indivíduos, que apanhavam bebedeiras e faziam asneiras diversas, entre as quais a de «palmar» carros. Actuavam na Avenida de Londres, tendo o gangue ficado conhecido na gíria policial, como «bando Pasteur»…
Acresce que, alguns dos seus membros, dois dos quais já com cadastro por pequenos crimes, andavam armados, tendo mesmo protagonizado uma cena de tiros com a PSP.
Conforme foi relatado pelo 24 Horas, foi apanhado pela Polícia, a 29 Junho de 1977, às 03:15 da madrugada, na Avenida Estados Unidos da América em Lisboa quando ia num carro roubado, um Morris Clubman na companhia de três outros «amigos» de folias…
O carro, que era guiado pelo J.P., – que nem carta de condução tinha – fugiu a toda a velocidade quando se sentiu detectado pela PSP, que circulava com uma lista de veículos furtados.
A patrulha perseguiu o carro, com a sirene e as luzes de alarme ligadas, mas o grupo «deu gás» ao acelerador em alta velocidade, seguindo pela Avenida da República, António Serpa, 05 de Outubro, Forças Armadas e de novo Estados Unidos da América. A perseguição continuou pelas Ruas Diogo Guedes e Flor de Cima, até que, ao chegarem ao Cinema Quarteto, os agentes da PSP ouviram dois tiros de pistola, supostamente provenientes do carro.
Um dos agentes disparou, então, cinco tiros de espingarda G3 para o ar, e, como o Morris não parasse, apontou a arma ao condutor, acertando-lhe num braço e ferindo-o, o que o obrigou a parar, sob o viaduto da Avenida de Roma.
Os três agentes policiais detiveram, então, os ocupantes do carro, entre eles o «Zé» Sá Fernandes, tendo o condutor ido para o Hospital de Santa Maria, para se curar do tiro, o que nunca aconteceu completamente, estando, ainda hoje, com o braço semi-paralisado.
A PSP não encontrou qualquer arma dentro do carro, mas topou um saco com 225 gramas de liamba, lançado borda-fora na fuga. Quanto à pistola, juraram que não foram eles quem disparou….
No Morris estavam, ainda, uma argola com seis chaves, próprias para ignição de carros, uma gazua – usada para forçar portas de automóveis –, uma bolsa em malha com livros de revisões de outra viatura, o que deixou suspeita de outro furto, e uma chave de fendas torcida…
Tinham desaparecido do carro um leitor de cassetes e uma tranca.NÃO SABIA DO FURTO…
À época, o juiz mandava para prisão preventiva – sem admissão de caução – os autores de furtos de automóveis, o que aconteceu ao «Zé» & C.ª. Dormiram nos calabouços da PJ e depois transferiram-nos para o Linhó.
Nas primeiras declarações à Polícia, Sá Fernandes
disse que os quatro tinham combinado ir de comboio para o Algarve, mas, depois, o J.J. apareceu com o carro; entraram na esplanada do Café Luanda, andaram nele, e ele só se apercebeu de que era roubado quando nele entrou.
“Ninguém deu qualquer tiro”, garantiu, dizendo-se “arrependido”.
Os depoimentos de outros dois membros do gangue batiam certo, tendo acrescentado que cada um dera 100 escudos para gasolina.
O condutor, talvez por estar acamado e ferido e temer ficar com as culpas todas, foi mais longe e afirmou não ser verdade “que os três outros só tivessem sabido que era furtado quando já estavam dentro do carro”.
Em 16 Julho, o irmão, o advogado Ricardo Sá Fernandes assume a defesa do grupo, em parceria com outros juristas, tendo pedido a abertura da instrução, e contestado a acusação.
CONTARAM «UM FILME» Em julgamento, cuja conclusão ocorreu a 25 de Outubro, os quatro acusados concertaram-se: o carro fora emprestado por um amigo, e eles desconheciam o furto. Quando se aperceberam, aprontavam-se para o devolver mas não tiveram tempo porque a polícia apareceu e tiveram medo.
O Tribunal Colectivo da Boa Hora deu, assim, como não-provado que tenha havido um “prévio concerto criminoso”, concluindo que nenhum dos réus incorreu na autoria material ou encobrimento do furto e dando como improcedente e não-provada a acusação.
O condutor, que era reincidente, apanhou quatro meses e meio e 10 contos de multa. Em 26 de Outubro, foi emitido mandado de soltura de Sá Fernandes…
Na ocasião, e contactado pelo 24 Horas, José Sá Fernandes garantiu que não existe no seu cadastro “qualquer condenação”. Afirmou que, nos anos de 1977 e 1978 só foi julgado uma vez, e foi absolvido, “aliás até com um elogio do juiz que presidiu ao julgamento”.
Confirma que, de facto, sempre foi o irmão, Ricardo Sá Fernandes que o defendeu em juízo e sustenta que “não tem a obrigação de colocar no currículo de homem público
e politico” factos que nunca praticou.
Conclusão:
A verdade é esta: enquanto o Zé Sá Fernandes andava na «má vida», outros, a quem ele hoje acusa despudoradamente, trabalhavam de sol a sol, em Portugal e no estrangeiro, para ganhar a vida e criar as empresas que hoje gerem, que são úteis ao país e dão emprego a milhares de famílias.
São essas pessoas que o Zé diaboliza e tenta destruir na praça pública, dizendo calúnias e asneiras do alto do seu recente poleiro conquistado no partido radical e de extrema-esquerda (onde pululam revolucionários e ex-revolucionários, meios calados mas confessadamente adeptos da luta armada e do sangue das massas, para mudar o mundo)…
Enfim, são estes rapazotes extremistas/engravatados, (ai de nós se chegassem ao governo, davam cabo do rectângulo!), que influenciam a política lisboeta e portuguesa e querem impor-se aos tribunais, como se viu nas declarações televisivas do Zé, como que ameaçando o Tribunal de Contas pelo «chumbo» ao empréstimo solicitado pela Câmara de Lisboa…

Anónimo disse...

Jorge Fragoso, um antigo amigo e companheiro de folias da juventude de José Sá Fernandes, diz que o actual vereador independente do BE tem um passado pouco recomendável que esconde da opinião pública.
Sá Fernandes fumava e vendia pequenas doses de drogas para manter o vício, e participou em assaltos a carros com Jorge Fragoso e dois outros homens – um deles já falecido - , num dos quais foi preso e esteve detido na cadeia do Linhó: “safámo-nos em julgamento devido às influências da família e porque o juiz preferiu fazer de conta que não viu”, garante.
O actual político «bloquista» e membro do Executivo da Câmara Municipal de Lisboa foi, também, investigado pela PJ, onde tem ficha…
Jorge Fragoso, que se encontra detido no Estabelecimento Prisional de Coimbra, a cumprir pena por tráfico de estupefacientes, acusa Sá Fernandes de ter esquecido os amigos que caíram em desgraça, como é o seu caso: “liguei-lhe, há tempos, a pedir ajuda mas ele descartou-se, embora esteja bem na vida, esquecendo os longos anos em que andámos juntos em Lisboa”, lamenta.
“Foi com imensa surpresa que, aquando das eleições para a Câmara de Lisboa e já antes, vi como candidato, e figura proeminente da política, falando de anti-corrupção e a denunciar tudo e todos, o meu ex-companheiro de lides e de farras, José Manuel Sá Fernandes.
Isto, sabendo eu que, ao fim e ao cabo, ele não é muito melhor do que eu, como pessoa, só que eu estou na cadeia e o senhor Sá Fernandes é figura pública. É ridículo, não é?”, pergunta Jorge Fragoso.
E prosseguindo opina o seguinte: “O nosso amigo aparentemente lavou a cara, vestiu um fatinho, pôs um ar de intelectual e aí temos um Senhor político de primeira linha”.
Há tempos atrás, Sá Fernandes (e assessores), andou numa roda viva, a tentar evitar que saísse uma notícia sobre o julgamento em foi réu em 1997, por furto de viatura e posse de droga, um saco de liamba. O único jornal que, honra lhe seja feita, teve coragem para mexer no assunto foi o «24 Horas», mas, mesmo assim, omitiu o saco de droga que ia no carro onde Sá Fernandes foi preso – e relatado no relatório da PSP que chegou a Tribunal. Na altura, Sá Fernandes terá desmentido que tenha fumado drogas na época: “mentira”, garante Jorge Fragoso. “Fumávamos tudo o que havia e tomávamos lsd’s. Fazíamos bacanais. Ele até vendia «ganza» aos amigos, para ir fumando e ter umas coroas, embora não fosse propriamente traficante”, afirma.
Jorge Fragoso, que faz questão de dizer que nunca foi «bufo» ou «chibo» de ninguém, quer antes quer depois de estar preso, diz que só fala porque Sá Fernandes é figura pública e estas têm de dizer o que foram e o que são à opinião pública. “um político não pode mentir”, lembra.
A VERDADE:
Eis o seu depoimento:
“Tenho 47 anos, conheci o Zé Sá Fernandes na Avenida de Roma na zona do café Luanda, andávamos quase sempre juntos e éramos um grupo de, mais ou menos, 10 rapazes e raparigas.
-Isto foi logo na época pós-25 de Abril, vivia-se o tempo das liambas, LSD, álcool (whiskis, gins, etc…). Nessas alturas fazíamos pequenos roubos (carros para passear, roupas de marca, discotecas) e havia rivalidades entre grupos.
-Eu, o Zé Fernandes e o resto do grupo todo, participávamos, fumávamos drogas, tomávamos uns ácidos, grandes bebedeiras, e até ao fim da nossa juventude, foi assim quase diariamente.
- A zona de Lisboa que mais frequentávamos era a Avenida de Roma, Praça de Londres, (Pastelaria mexicana, Vá-Vá, Café Roma, Café Sul-América; a liamba, o haxixe e os ácidos, comprávamo-la onde calhava, podendo ser na zona do Rossio e na zona do Camões.
- Em 1977 eu e o Zé Fernandes e mais dois amigos, roubámos um carro na Avenida de Roma, que acabou mal, pois fomos presos, houve tiros;…tínhamos uma pistola de nove mílimetros e um saco de liamba que ele tinha comprado não sei onde e o nosso destino era o Algarve com férias pagas pelo Sá Fernandes que iria vender a liamba a uns amigos do Algarve e com esse dinheiro pagaria as férias; só que a Polícia estragou tudo, fomos presos, houve feridos graves e acabamos na Judiciária e, depois, no EP do Linhó, como poderão confirmar”.
VÁRIOS FURTOS
- Fizemos, também, vários furtos de carros e outras coisas entre Lisboa e Cascais, onde o Zé Fernandes esteve metido, mas, tivemos a sorte de nunca termos sido agarrados.
- O Zé Fernandes era mais velho do que nós e tinha mais contactos para comprar e vender a droga, portanto ele vendia aos amigos sempre que possível e o dinheiro era para curtir. As quantidades rondavam as 500 gramas a um quilo de liamba de cada vez.
- Essas drogas eram vendidas a amigos nossos, dessa mesma faixa etária, que hoje são políticos, médicos, juízes, advogados, artistas, etc.
De resto, o Zé Fernandes terá sido investigado pela PJ por tráfico de droga, mas conseguiu safar-se e a polícia nunca conseguiu provar nada contra ele, pois falava-se nos meios de rua e dos amigos que era ele que arranjava a droga.
-Tivemos sorte. Para além do julgamento de 1977, pelo furto do carro e pelos tiros contra a polícia, não houve outros julgamentos. Mas há testemunhas sobre isso, que existem e se necessário direi quem são, pois não vale a pena estar a incomodar ninguém, nesta fase.
A VISÃO DO AMIGO:
PREPOTENTE E VAIDOSO
- O Senhor Zé Sá Fernandes, quando precisou e era necessário, tudo era bom e facilidades, mas, depois, que se apanhou no poleiro, e ganhou algum nome na política transformou-se num grande filho da mãe, prepotente vaidoso e arrogante.
- Um político que se reclama da seriedade e dos valores da cidadania, escondendo o seu passado aos eleitores só pode ser considerado uma farsa, é uma pessoa indigna de ocupar lugares públicos e capaz de praticar as maiores indignidades desde que a oportunidade e o momento se lhes apresentem, pessoalmente…Creio que é a partir sdaí que se que se catapultam para estarem bem na sua vida privada agarrando o dinheiro e benesses possíveis, escondendo-os debaixo do nome de testas de ferro ou empresas-fantasmas. E, pelo que conheço do Sr. José Fernandes creio não estar longe da realidade.
Jorge Fragoso
Este texto foi extraído das declarações escritas de Jorge Coelho Sequeira Fragoso, que as rubricou e se dispõem a confirmá-las em qualquer outro lugar se alguém assim o desejar…

Anónimo disse...

Acham-se tão puritanos e depois acontece esta... já não bastava traficar droga antigamente como a justiça so ser para alguns... dedica-se a roubar cartazes agora