Alguns residentes afirmaram ao DN terem recebido a informação em folhetos distribuídos pela EMEL. Mas outros queixaram-se de nada terem recebido.
É o caso de José do Carmo Francisco, morador na Travessa de S. Pedro, que disse ao DN ter sido "surpreendido, no sábado, com autocolantes nos sistemas de acesso ao bairro. Em letras grandes lê-se 'Prioridade às pessoas' e depois anuncia que passa a dar acesso e estacionamento a visitantes. Até agora, só os moradores podiam estacionar aqui".
"Se os 140 lugares que existem dentro do bairro já não chegam para os cerca de 400 identificadores de acesso que foram entregues pela EMEL, como é que se vai agora passar a permitir o estacionamento de carros de pessoas que não vivem aqui? Vamos ter ainda menos lugares", alerta o morador.
O mesmo problema é levantado por Carlos Fernandes, que diz ao DN ter recebido um folheto da EMEL explicando que "qualquer pessoa pode ir buscar um cartão e carregar dinheiro para poder entrar e estacionar dentro do bairro".
"Raramente se encontra aqui um lugar para estacionar. Está sempre tudo ocupado, tanto de dia como de noite", salienta o mesmo residente, considerando que "vai ser muito pior, porque essas pessoas vão retirar lugares aos moradores. Aquilo é muito caro. Só é bom é para facturar dinheiro" .
Um vizinho denuncia que "a EMEL vai roubar os lugares dos moradores para os vender aos visitantes e turistas".
De facto, estacionar dentro do bairro não vai ser nada barato. O preçário afixado no cilindro da EMEL na entrada de acesso à Rua das Gáveas indica ao visitante o local onde deve "aproximar o seu Viva Viagem Bairros Históricos".
Acrescenta que os visitantes detentores daquele cartão podem entrar e estacionar no bairro entre as 07.00 e as 20.00. Nos primeiros 30 minutos o estacionamento é gratuito, uma hora custa 15 euros, por duas horas paga-se 30 euros e "a partir da segunda hora custa 30 euros por cada hora".
Esta "novidade" também preocupa comerciantes, como Alexandre Ferreira, da mercearia Pérola das Gáveas. "Já há poucos lugares para podermos parar e descarregar mercadorias e o mesmo problema têm os fornecedores. Com os novos visitantes, ainda vai haver menos espaço", referiu ao DN.
"Todos os dias vejo os moradores a andar às voltas, para cima e para baixo, à procura de lugar para estacionar", relatou.
O DN contactou a EMEL para saber se já entrou em vigor este novo serviço ou quando isso vai suceder, onde se adquirem os cartões e como se efectuam os pagamentos, mas um responsável da empresa remeteu para outro dia qualquer o esclarecimento.
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