domingo, 27 de junho de 2010

Magrebinos assaltavam casas na Grande Lisboa

Durante um ano, grupo de magrebinos residente em França roubava casas na Grande Lisboa no valor de mais de quatro milhões de euros. PSP deteve quatro, mas há mais à solta.

"O grupo não é violento, mas muito organizado", observou a subcomissária Carla Duarte na sala onde se amontoavam LCD, máquinas de fotografar e de filmar, jóias, malas e relógios de marca, notas de euro, algumas garrafas de vinho barato, calçado caro, computadores portáteis, iPods, óculos de sol.

O material que ontem foi fotografado na Esquadra de Investigação Criminal da PSP, no Estoril, não está ainda avaliado, mas estima-se que o grupo de magrebinos, que há sete meses era investigado, tenha furtado um montante superior a quatro milhões de euros em material vendável e em dinheiro.

Quatro, dois homens e duas mulheres, foram detidos ontem de madrugada, entre a 01.00 e as 07.00, em flagrante delito quando assaltavam uma residência na Quinta da Marinha. Os polícias deslocaram-se depois ao apartamento que tinham arrendado em Moscavide e apreenderam todo o material que os jornalistas puderam observar, resultado de anteriores assaltos, e ainda duas viaturas de altas cilindrada, uma das quais um Audi que havia sido furtados há dois meses a um stand no Parque das Nações, em Lisboa, e que já foi devolvido. A outra viatura terá sido adquirida pelos próprios em França.

Os quatro detidos, com idades compreendidas entre os 28 e os 40 anos, corresponderão apenas a um terço do grupo que há cerca de um ano actua em Portugal de forma sazonal. Dois permanecem por cá, mas os restantes vivem a maior parte do tempo no Sul de França. As suas deslocações ao território nacional destinam-se só aos assaltos e regressam. Actualmente tinham uma casa arrendada em Moscavide. Mas antes ficavam em hotéis de cinco estrelas, em pensões ou em residenciais. "Os hotéis em que ficavam eram dos mais caros", confidenciou ao DN um dos investigadores.

Segundo a PSP, o grupo este ano terá cometido cerca de cem furtos em residências, todos no distrito de Lisboa, vários deles na Quinta da Marinha, em Cascais, um condomínio fechado de gente rica.

Carla Duarte assegurou ao DN que nenhuma arma foi encontrada com o material apreendido nem há registo de danos físicos nas vítimas dos furtos. "Usavam chaves de fendas para abrir portas e uma rebarbadora para abrir cofres", explicou a subcomissária, adiantando ainda que a entrada nas residências era sempre entre o fim da tarde e o início da noite.

Os assaltos era preparados ao pormenor. Os dois indivíduos que permaneciam no território nacional fotografam as casas , analisavam os movimentos dos residentes, e estipulavam o dia da operação. "Tudo muito organizado e sem violência", esclareceu a subcomissária. A Quinta da Marinha, por exemplo, tem segurança privada, mas nunca a presença do grupo foi notada aquando dos furtos.

Grande parte do material saía imediatamente de Portugal rumo a Espanha e a França onde era vendido. Outra parte era levada a receptadores portugueses para ser convertida em dinheiro. Segundo a PSP, as averiguações vão continuar. As investigações até agora realizadas contaram com o apoio da GNR. Os quatro detidos foram ontem presentes a tribunal e ficaram em prisão preventiva. (DN)

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