sábado, 28 de agosto de 2010

Gangue brasileiro ataca noite de Lisboa


Unidade Especial do DIAP de Lisboa acusou vários cidadãos brasileiros de pertencerem a uma organização criminosa

O Ministério Público concluiu, este mês, mais uma investigação relacionada com a segurança privada na noite de Lisboa: 26 pessoas, na sua maioria cidadãos brasileiros, foram acusados de montar uma associação criminosa com o objectivo de dominarem o negócio da segurança em algumas discotecas de Lisboa e na Margem Sul do Tejo.

O modus operandi descrito na acusação na Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa vai de encontro a outras investigações já realizadas: o grupo, liderado por Sandro Bala, praticante da arte marcial jiu-jitsu, começava por fazer aproximações "pacíficas" aos donos dos estabelecimentos de diversão nocturna, oferecendo os seus serviços de segurança. Caso estes recusassem, os indivíduos começavam a frequentar os estabelecimentos e a provocar distúrbios, assim como a agredir os clientes.

"Face ao clima de intimidação e terror provocado pelos arguidos na concretização do plano delineado (...), os proprietários dos diversos estabelecimentos acabavam por denunciar os contratos com outras empresas de segurança nocturna", acabando por celebrar novos contratos com uma sociedade, a Olho Vivo, criada pelo grupo da Margem Sul do Tejo.

Um dos alvos do grupo liderado por Sandro Bala foi a conhecida discoteca de Lisboa, o Budha Bar. Segundo a acusação do Ministério Público, "na madruga- da do dia 23 de Julho de 2009, os arguidos entraram no estabelecimento de diversão nocturna e destruíram todos os móveis e utensílios que encontraram, o que fizeram após troca de palavras com o responsável pelo estabelecimento, na sequência do que o agrediram a ele e, indiscriminadamente, e a se- guranças de outra empresa que ali se encontravam em serviço".

Em Setembro do ano passado, o alvo foi o Alcântara Mar. Um dos elementos do grupo, ainda de acordo com a acusação do Ministério Público, fez saber ao responsável daquele estabelecimento de diversão de nocturna que a segurança do mesmo deveria estar a cargo da empresa Olho Vivo. "Receoso e conhecedor da violência do grupo liderado pelos arguidos", o dono do Alcantara Mar "temeu pela sua vida e segurança, aceitando celebrar tal contrato, cujo valor pago supera já os € 20 mil euros", descreve o procurador do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, José Ramos.

No decurso da investigação, dois dos principais arguidos, o próprio Sandro Bala e Wanderley Silva, fugiram para o Brasil. No despacho final, o procurador do MP deixa uma espécie de alerta para o fluxo de imigração daquele país para Portugal. Um circuito que funcionou como um veículo para o crescimento da associação criminosa.

É que era no Brasil que Sandro Bala recrutava praticantes de jiu- -jutsu para a organização. Estes entravam em Portugal como participantes de supostos torneios daquela arte marcial - que nunca existiram. Depois radicavam-se nas casas dos membros do grupo, entrando no circuito da segurança nos bares e discotecas.

Também um militar da Guarda Nacional Republicana foi identificado como fornecedor de informações a este grupo da Margem Sul. Este indivíduo, que frequentava o mesmo ginásio dos elementos da organização, terá passado informações sobre processos pendentes, assim como de patrulhas policiais. Os 26 arguidos são acusados de mais de cem crimes.(DN)

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma verdadeira vergonha! a polícia pouco faz, os esquerditstas traídores ainda se riem...

Portugal aos portugueses!
força PNR