Do Castelo aos Mártires, são 12 as freguesias históricas de Lisboa que vão reunir-se numa só nas próximas autárquicas, um recorde nacional no processo de fusão de autarquias, que está a causar apreensão aos actuais presidentes.
Poucos saberão que Santa Maria Maior, o nome escolhido para a futura 'mega freguesia' que envolve toda a encosta do Castelo e a Baixa da capital, foi o nome dado à Sé de Lisboa aquando da conquista da cidade aos mouros.
Santa Maria Maior não vingou como nome da Sé e Joaquim Guerra de Sousa (PSD), presidente da Junta dos Mártires, a mais antiga e também a mais pequena de Lisboa (com pouco mais de 300 eleitores), teme que o mesmo aconteça com a futura 'mega freguesia'.
“Os Mártires podem ser uma freguesia pequena, mas temos mais população durante o dia nesta freguesia do que a maior parte dos concelhos do país. E quando reparamos um passeio, reparamos um jardim ou fazemos qualquer intervenção no espaço público não é para a população que reside, mas para toda a população que usa esse espaço público e essa situação, na minha óptica, não foi devidamente estudada nem tida em conta”, aponta o autarca.
Desta forma, duvida que a nova futura junta vá conseguir prestar um serviço público tão eficaz como o que é feito actualmente, até porque as 12 freguesias a agregar têm realidades muito diversas.
“Por outro lado, não vai haver uma diminuição da despesa pública. Os funcionários vão continuar, a despesa tem de ser feita e até se fala num aumento de transferências”, sublinhou.
A Junta da Madalena tem mais de 300 eleitores, divididos entre uma população idosa, com dificuldades, e os novos habitantes da Baixa, de segmento médio alto e alto.
“Continuamos a ter de resolver aqui problemas graves, que se prendem com a alimentação das pessoas e situações graves de pagamentos imediatos de medicamentos, de uma conta de luz ou de uma conta de água”, salientou, considerando que com uma mega freguesia se vai perder a proximidade aos cidadãos.
“Se o projecto for avante, passa a haver um executivo de cinco pessoas e depois haverá um exército de assessores e sub-assessores. Não quer dizer que os problemas não vão ser resolvidos, mas vão, no nosso ponto de vista, demorar muito mais tempo a serem resolvidos”, acrescentou.
Mais otimista, a presidente da Junta do Socorro, Maria João Bernardino Correia (PS), considera que a população vai ganhar, porque, com as novas competências, “passará a ter outro tipo de acompanhamento que, neste momento, as juntas de freguesia, pelos seus fracos orçamentos, não podem dar”.
Esta talvez seja a freguesia mais multicultural do país. Representa cerca de três mil eleitores recenseados, mas a maioria dos habitantes da Mouraria são imigrantes, pelo que, na realidade, serão 10 ou 11 mil as pessoas que recorrem ao Socorro.
A futura Santa Maria Maior deverá ter cerca de 14 mil eleitores oficiais, mas nem isso tira o otimismo a Maria João Correia.
“Acredito que continuará a haver um posto de atendimento de proximidade que permita às pessoas se identificarem com quem está a trabalhar numa junta de freguesia e continuará a haver esse elo de ligação”, salientou.
No entanto, admite que as pessoas mais idosas poderão “ter alguma dificuldade em entender” as mudanças e defende que terá de ser feito um trabalho de esclarecimento.Lusa
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